A dança do
Universo: dos mitos de criação ao big bang
Dos cantos de
rituais ancestrais até as equações matemáticas que descrevem flutuações
energéticas primordiais,
a humanidade sempre procurou modos de expressar
seu fascínio pelo ministro da criação. De fato, todas as culturas de que
temos registros
passadas e presentes, tentaram de alguma forma entenderão só nossa origens,
mas também a origem do mundo
onde vivemos. Dos
mitos de criação do mundo de culturas pré-cientificas às teorias cosmológica
moderna, a questão de por
que existe algo
ao invés de nada, ou, em outras palavras, "por que o mundo?",
inspirou e inspira tanto o religioso como o
ateu.[...] Embora
ciência e religião abordem a questão da origem do Universo com enfoques e
linguagens que tem um pouco
em comum, certas
ideias forçosamente reaparecem, mesmo que vendidas em roupas diferentes[...] a
religião teve (e tem!) um
papel crucial no
processo criativo de vários cientistas. Copernio, o tímido cónego que pós o sol
novamente no centro do
cosmo, era mais
um conservador do que um herói das novas ideias heliocentricas. Kepler, que nos
ensinou que os planetas se
movem ao redor do
sol em orbita elípticas, misturava, de forma única, misticismo e ciência.
Galileu, o primeiro a apontar
o telescópio para
as estrelas, era um homem religioso (e muito religioso), que acreditava poder
salvar sozinho a igreja
Cátolica de um
embaraço futuro. O Universo de Newton era infinito, a manifestação de poder
infinito de Deus. Einstein
escreveu que a
devoção á ciência era a única atividade verdadeiramente religiosa nos tempos
modernos.
GLEISER, Marcelo.
A DANÇAS DO UNIVERSO: dos mitos de criação ao big bang. São Paulo:Editora
Companhia das Letras, 1999, p.11
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By:Deborah Martins de Souza